Home
Sobre Antonio Miranda
Currículo Lattes
Grupo Renovación
Cuatro Tablas
Terra Brasilis
Em Destaque
Textos en Español
Xulio Formoso
Livro de Visitas
Colaboradores
Links Temáticos
Indique esta página
Sobre Antonio Miranda
 
 


 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 
POESIA MUNDIAL EM PORTUGUÊS

Foto e biografia: google.com

 

PHILIPPE BECK

(     FRANÇA ) 

 

Philippe Beck é um poeta, escritor e professor francês de Filosofia na Universidade de Nantes, na França, e na European Graduate School em Saas-Fee, na Suíça. 

 

INIMIGO RUMOR – revista de poesia.  Número 16 – 1º SEMESTRE 2004. Editores: Carlito Azevedo,  Augusto Massi.   Rio de Janeiro, RJ:  Viveiros de Castro Editora, 2004.  176  p. 
ISSN  1415-9767.                          Ex. biblioteca de Antonio Miranda

 

Tradução de CARLITO AZEVEDO:

 

A MATÉRIA, I

À Björk

 

A matéri é toda resistência;
eis porque
os seres nãos se confundem.
A andorinha não é cisne.
Os cabritos de patas trêmulas
não podem rivalizar com cavalo
robusto.
As abelhas tentam os prados.
Os muros não caem
de uma vez. Ou não caem.
(Proust resiste a Gide.)
Prados não são sacudidos
pelos ventos;
nem aspergidos de chuva
nem resfriados cobertos de neve.

As pessoas se dedicam de boa vontade
à natureza
pois, com bons meninos,
tiveram medo de seu pai
e buscaram abrigo
na mãe.
Sem brincar de “esconde-esconde”.
A floresta é possivelmente poética,
muito mais que o resto.
Ela não é particularmente
poética
mesmo quando é bela.
A calma e a sombra
podem ajudar
a chegar ao fim
de um texto.
A floresta habita  inúmeros
poemas,
e é por isso
que muitas
pessoas sem espessura
pensam que é preciso adorá-la,
prestar atenção nela
como a um poema recente.
Pouco importa se ali tomamos notas,
fazendo caretas ou desenrugando a fronte;
nada é belo por antecipação.

Pode-se dizer
que um escritor
é o gênio de seus materiais,
de seus personagens.
Todo livro forte
apresenta um gênio
retraído.
(Vide O rascunho geral, fragmento
432
riscado erradamente também
por de la Friche ou Novalis.)
Os humanos progridem
na sucessão
por quick, quick, slow
como o olho vagabundo
e puro, luminoso, sensível,
fundamental
(chamam-no Público
ou as pessoas)
que dá razão
à extensão
da biblioteca,
e razão aos circuitos
que ela inaugura.

E todos os circuitos
na biblioteca
são caminhos
para buscar
uma luz
sem que o desprazer ao menos
desaparece.

(Addentrum:




 à Walter Benjamin

Um tostão de entrada
desliza num grande
espaço corporal,
ou uma multidão reunida.
Se a imagem do corpo em conjunto
é um blefe,
então a iluminação profana
ocorrerá como
o truque do prestidigitador.
Esperamos por confissões eruditas
para gerar
as imagens ainda possíveis na época.
Expressões coletivas
podem caracterizá-las.
Jamais o sentimento da obrigação
em relação à Cultura Desqualificada,
que experimenta o expert,
excitará tais confissões.
Há uma inspiração
no ato mais baixo.
É preciso resgatá-la. Expô-la.
Leitura é uma operação telepática
se o pensamento é um narcótico poderoso
de telas vivas, tombáveis;
e Leitura sente
no bom recuo perspectivo
quanto
a organização do pessimismo
é o inimigo difícil
do otimismo material.
E a interrupção da carreira artística
pela matéria
deve forçar o artista
a sugerir a mais de um
o que  é um dínamo Um —
a essência de alguém.)

 

*

VEJA E LEIA outros poetas do MUNDO em Português:

http://www.antoniomiranda.com.br/poesiamundialportugues/poesiamundialportugues.html

 

Página publicada em dezembro de 2023


 

 

 
 
 
Home Poetas de A a Z Indique este site Sobre A. Miranda Contato
counter create hit
Envie mensagem a webmaster@antoniomiranda.com.br sobre este site da Web.
Copyright © 2004 Antonio Miranda
 
Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Click aqui Home Contato Página de música Click aqui para pesquisar